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domingo, 15 de novembro de 2015

Síntese reflexiva do texto “Verificação ou avaliação: o que pratica a escola”

Abaixo temos uma síntese do texto “Verificação ou avaliação: o que pratica a escola”. O que a escola faz com o resultado das atividades que ela realiza, ela apenas verifica, ou ela avalia o resultado para tentar melhorar o processo de ensino? Descobriremos na síntese abaixo.

A avaliação da aprendizagem só tem seu verdadeiro sentido, quando realizada em conjunto com o projeto pedagógico e o projeto de ensino, onde a avaliação é usada para nortear decisões a respeito da aprendizagem dos alunos e com isso garantir a qualidade no processo de ensino-aprendizagem.
O processo de aferição do aproveitamento escolar geralmente é feito por verificação e avaliação.
Na prática da aferição do aproveitamento escolar, os professores realizam três procedimentos: medida do aproveitamento escolar; a transformação da medida em nota ou conceito; utilização dos resultados.
Medida é uma forma de comparar grandezas, tomando uma como padrão e outra como objeto a ser medido, e o resultado, a quantidade de vezes que a medida padrão cabe dentro do objeto medido.
A medida do aproveitamento escolar é feita para alcançar os resultados da aprendizagem, o que varia são a especificidade e a qualidade dos mecanismos e instrumentos utilizados para obtê-la.
A medida utilizada pelos professores tem como padrão o acerto ou não da questão e ela se dá através da contagem dos acertos sobre um conteúdo.
Esses acertos são transformados em pontos, então cada acerto corresponderá a um número de pontos que é previamente estabelecido.
A coleta dos dados para a realização da medida é realizada através de instrumentos como uma simples observação ou mesmo através de testes, portanto, os instrumentos de medição podem ser dos mais variados.
E esse ato de medida é um ato realmente necessário, e que é muito praticado nas escolas.
Após a realização do processo de medida, ocorre a transformação desta em nota ou conceito, e é realizada através de uma equivalência entre os acertos ou pontos obtidos pelo aluno e uma escala, que pode ser de notas ou de conceitos.
Caso o professor realize mais de uma medida, então é realizada a média de todas as notas e, com isso, se obtém o resultado final de um bimestre ou ano letivo.
Com estes resultados em mãos, o professor pode registrar no diário de classe ou caderneta, pode oferecer a chance de melhorar a nota, através de aferição, ou pode atentar para as dificuldades e desvios de aprendizagem dos educandos e decidir trabalhar com eles para que aprendam aquilo que deveriam aprender.
Mas o que mais tem acontecido é o registro dos dados na caderneta dos alunos e, no máximo, os professores oferecem uma segunda chance aos alunos dando a oportunidade para realizar uma nova aferição na tentativa de melhorar a nota.  A utilização dos resultados na melhoria do processo de ensino-aprendizagem ainda é muito raro de se acontecer.
O processo de verificar se dá pela observação, obtenção, análise e síntese dos dados que delimitam o objeto com o qual se está trabalhando, já a avaliação envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo uma decisão do que fazer com ele.
O que se tem verificado é que a escola brasileira “trabalha” com a verificação e não com a avaliação da aprendizagem, pois os resultados são utilizados para uma classificação do aluno, aprovando-o ou não.
Apenas uma pequena parcela dos professores utiliza a avaliação da aprendizagem como um processo de compreensão dos avanços, limites e dificuldades que os alunos estão encontrando para atingir os objetivos desejados.
O que o autor propõe é que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos educandos, tendo por bases seus aspectos essenciais e como objetivo final, uma tomada de decisão que direcione o aprendizado do aluno.
A avaliação deveria ser feita através de um padrão mínimo de conhecimento que o aluno deveria ter e não através de uma média mínima de notas, que é enganosa e não corresponde aquilo que o aluno aprendeu.
Então, o professor iria detectando níveis de aprendizado e trabalhando para que os alunos atinjam a qualidade mínima necessária, só passando para um novo conteúdo quando o aluno atingir esse mínimo necessário de aprendizado.
Para isso o educador deve estar realmente interessado na aprendizagem do educando, ou seja, há que estar interessado em que o educando aprenda aquilo que está sendo ensinado, deve-se investir na construção dos resultados desejados.
O sistema social não parece estar tão interessado na aprendizagem do aluno, pois há pouco investimento em educação, além de ter um baixo investimento pedagógico.
A ciência pedagógica pode levar a uma prática educativa capaz de levar a resultados significativos da aprendizagem, que levam ao desenvolvimento do educando.
Portanto, somente com uma mudança numa forma de como a avaliação é utilizada, passando de uma avaliação classificatória para uma avaliação que pensa no processo de ensino, que podemos melhorar a qualidade de ensino. 



Referência:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2001, p. 45-60.


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